segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A hora do fim !


A hora do fim !

Palavras são somente palavras
Perdem-se no vento, no tempo
Eis-me aqui amarrada, algemada
Sem minha carta de alforria
Como é difícil a hora do fim
Tudo ganha importância
A louça já trincada
Os livros nunca lidos
Os discos jamais ouvidos
A TV ultrapassada, aquela relíquia
Que não tem feição, nem som
Como achamos desculpas,
Para ficar mais um pouco
Na caverna que nos aprisiona, nos fere,
Tal qual a metáfora do mito da caverna
Temos medo do desconhecido, da luz
Das sombras,da liberdade
Principalmente quando descobrimos
Que podemos ser felizes, sonhar, viver
Que não existe só penumbra, nuvens ,tristeza
Que viver é dádiva divina
E o Universo conspira à favor da criatura humana
Que as estrelas são símbolos mágicos
E a lua pode ser cúmplice
Das mil noites belas que teremos
O sol que aquecerá nossos dias
As oportunidades de viver em paz, alegria
Sem nunca mais um berro, um grito
A pobreza de espírito, nauseante
Nunca mais os cheiros, os sons guturais
A dor na alma...a falta de poesia
Como é difícil ir sem olhar para trás
O que nos prende a uma vida sem esperança
Sem brilho, sem amor, sem Deus, sem fé
O que nos faz vibrar com a pena
Que sentimos de nós mesmos
Somos gente, não hienas
Liberdade, Senhor
Liberdade!

Flor do Córrego

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